O homem dos pequenos números


Apesar de muito procurar, o Senhor X nunca encontrou uma história que valesse a pena ser contada. Ou ainda, nunca encontrou uma história que ele fosse capaz de contar. Desde pequeno convenceu-se de sua genialidade narrativa. Até entrar na universidade, viveu a surrar pelos cantos os resumos de contos e causos que criara. Caso juntasse coragem para escrevê-los, tinha certeza, ganharia prêmios inimagináveis. O Jabuti era pouco. O então jovem Senhor X sabia... estava pronto para receber uma Lebre. Só que as histórias prometidas jamais foram escritas. Nem no papel, na máquina de escrever ou no computador. Sequer num bloco de notas o Senhor X era capaz de registrar suas pequenas historietas. Passava dias resmungando e regurgitando…. Sobre uma doença transmitida pelos aparelhos eletrônicos que forçaria toda a humanidade a abandonar a tecnologia que sustentava o seu planeta, sobre uma mulher deprimida que contrata um assassino particular para matá-la e se esquece, sobre a sala do lepidopterologista cleptomaníaco do Museu Nacional e sua fascinação por isqueiros, sobre o romancista que não sabia escrever romances e sobre o pai e a filha que fogem do país após atropelar todos os pombos da cidade. Muitas ideias permeavam a mente do Senhor X, mas nenhuma se transformou no texto grandioso que lhe granjearia os prêmios jabutis, tartarugas e coelhos. Verdade seja dita, nenhum deles jamais tinha ganhado a forma de palavras, grandes ou pequenas. 

Bastava sentar-se à mesa ou no telhado do seu prédio, tomado pela decisão de finalmente ser reconhecido como o gênio que era, que suas ideias escapuliam. Elas abriam as pequenas portinhas localizadas nas laterais da estrutura craniana do Senhor X, corriqueiramente chamadas de orelhas, e jogavam-se do alto do precipício de 1,58m. Às vezes, até conseguia rascunhar uma folha ou duas, muito mal e porcamente. Mas rapidamente se cansava do exercício de escritura e em alguns dias toda sua pretensão era esquecida frente ao esforço da construção textual, da revisão gramatical e, acima de tudo, da possibilidade iminente de fracasso. Mesmo depois de desistir, o Senhor X continuava mentindo para si. Por algum (breve) tempo se convencia de que ao retornar àqueles escritos iniciais, os transformaria na sua Grande Obra. Só que até essas promessas calorosas eram rapidamente esquecidas. Ao Senhor X faltava perseverança e coragem. Os elogios recebidos na juventude eram suficientes. Ele era o devir do gênio, isso bastava. 

No entanto, tudo aquilo que o Senhor X não alcançava nos seus sonhos, lhe era retribuído em sortes pequenas. Sortes pequenas para peixes pequenos. Nos seus pacotes de figurinha sempre recebia os adesivos raros, prateados e holográficos, que davam inveja a toda a criançada. O seu palito de picolé era sempre o premiado. Já se tornara comum ganhar dos velhinhos no Bingo de sua cidade natal e levar para casa quatro frangos, dois vinhos, uma caixa de bombons e alguns panos de prato. Também tinha uma vocação para a raspadinha, quando jogava dificilmente

perdia dinheiro, e para os sorteios da escola, com ajuda dos quais começara sua pequena biblioteca. Apesar de todos os indícios, demorou muito a se sentir um cara sortudo. Porque se suas vitórias pequenas eram constantes, as graúdas raramente vinham. Jamais ganhará no pôquer, seu horóscopo costumava ser pessimista e tivera um único namorado em toda a sua vida, e ele o traíra repetidas vezes. Não que o Senhor X se importasse muito. Gênios têm vidas trágicas. 

À primeira vista, mesmo aos cinquenta e muitos anos, sua vida continuava absurdamente comum. O padrão para um homem de classe média. Tinha muitas coisas e tantas outras faltavam. Não passava fome, mas comia de forma bastante simples, e o seu maior luxo eram as garrafas de vinho italiano que comprara na promoção por sessenta reais há uns dois anos. Trocara de carro recentemente, viajava durante vinte dias uma vez por ano e gastava a maior parte do seu dinheiro em cursos online, livros e cadernos que jamais completaria. Pelo menos não fazia nenhum trabalho repetitivo, nem andava por aí de terno no calor úmido do Rio de Janeiro. E era se convencendo de toda a sua potência que o Senhor X se consolava nos dias mais tristes. 

De forma geral, levava uma vida pacata e solitária. Ninguém sabia exatamente o que ele fazia, mas a verdade é que ninguém sequer se perguntava. Caso, anos mais tarde, entrevistassem seus vizinhos de apartamento, estes jamais imaginariam que existia ali um projeto de gênio. Quem sabe um ou outro amigo querido de infância ainda guardasse consigo essa pequena fantasia. No fim, o Senhor X era alguém profundamente irrelevante. E, se se distinguia dos outros seres humanos, isso se dava única e exclusivamente à pequena sorte com a qual nascera. Pois o Senhor X ganhara do destino a possibilidade de viver como quisesse, conquanto se resguardasse de qualquer grande ambição. Embora tivesse recebido muitos sinais ao longo de sua juventude, só entendeu sua fortuna no dia que a mãe morreu. No final das contas, a lição sequer tinha sido muito ruim. 

Naquela noite, subiam os dois, o Senhor X e Sua Mãe, pela rua mal-iluminada. Era um verão especialmente quente e todos pareciam descansar em suas casas depois de uma longa tarde na praia. O som dos ventiladores de teto inundava a rua e se misturava ao canto das cigarras, especialmente inquietas naquela temporada. Nem o Senhor X nem a Senhora-Sua-Mãe diziam qualquer coisa. Ambos subiam a rua lentamente, arfando e suando com um calor tão intenso que grudava o suor à pele. O objetivo da dupla era bem simples, comprar algumas cervejas no bar da esquina e trazê-las de volta, ladeira à baixo, o mais rápido que pudessem. 

Caminhavam com muito esforço e alguma preguiça pela rua escura, descuidada e quente. Os postes praticamente não funcionavam, a calçada era inexistente e o calor impedia qualquer possibilidade de foco. Por muitos anos depois daquela noite, o Senhor X se perguntou o que teria acontecido se a Senhora Sua Mãe não fosse tão baixa, ou se na calçada coubessem os dois, ainda, se algo teria mudado caso

as luzes artificiais amarelas funcionassem e refletissem o prateado dos seus cabelos, criando uma lanterna natural, como acontecia de modo especialmente encantador de Dezembro a Abril. Mas nada disso acontecera. E embora pudesse gastar dias imaginando outra vida, nada iria apagar a memória do corpo de sua mãe estirado, como geleia coberta de cerveja, debaixo das rodas do micro-ônibus que ligava o seu bairro à principal avenida da cidade. 

O Senhor X não gostava dos retornos involuntários que fazia naquela noite. Sua repulsa, afirmava, vinha menos do amor filial e mais do asco causado pela impressão do corpo meio atropelado, meio derretido pelo calor, espalhado e grudado pelo asfalto da rua velha e escura. Mas, embora frequentemente fugisse dos registros ópticos daquele encontro fatal entre o micro-ônibus do bairro marginal e a pequena Senhora de cabelos grisalhos, jamais conseguia ignorar o prazer advindo de sua leitura. Para o ego de gênio do Senhor X, o obituário de sua mãe era como um pequeno poema bem feito. Uma linguagem prazerosa e compreensível. 

A cada vez que contava essa história, para si ou para os outros, criava caminhos diferentes para a sua descoberta. No entanto, no fim das contas, tudo que conseguia recobrar com clareza sobre aquela época, além da sensação de vazio na casa e das lágrimas dos demais familiares, era de ler e reler o pequenino poema mortuário dedicado a sua mãe que fora publicado em uma página esquecida de jornal. Primeiro, a simplicidade das palavras chamou sua atenção. Depois, a disposição do texto e a ilustração despropositada de um cemitério - considerando a causa mortis, um enterro teria sido impossível. Finalmente, fixou-se nos números. Por alguma razão inexplicável, toda a sua combinação parecia muito auspiciosa. Todos os números eram menores que sessenta, nenhum deles se repetia e resistia neles qualquer coisa de místico. 

Quando o Senhor X começou a brincar com as possíveis combinações dos algarismos arábicos presentes no poema-obituário de sua mãe, o médico que o atendeu, para preocupação de toda família, diagnosticou-o com estresse pós-traumático. Mas o menino, que nunca fora bom em matemática e que só queria saber de inventar histórias, pela primeira vez em sua vida, passava o dia a rasurar o papel com linhas e linhas de códigos e mais códigos. Passou semanas nesse exercício, como se buscasse encontrar algum segredo, uma senha, que precisava estar ali. Depois de alguns dias, frustrado com seus esforços repetitivos e atordoado com a preocupação do pai, desistiu. Mas jamais conseguiu esquecer o seu problema. Volta-e-meia declamava para si o pequeno texto de seis linhas, escrito por algum profissional mal pago, mas competente. Ao dormir, sonhava com os seis números ululantes que pulavam da página de jornal amarelada, anunciando a data de morte e do velório da Senhora Sua Mãe. Por mais que o tempo passasse, o Senhor X não era capaz de atribuir qualquer sentido àqueles dois conjuntos numéricos. Mas também não conseguia esquecê-los. Os números fluíam pela sua

mente todos os dias. Eram repetidos religiosamente depois de acordar e antes de dormir. Passou a usá-los como a senha do email, do cadeado da bicicleta e como usuário de redes sociais. A sua resistência na memória, aliás, era o principal motivo que fazia o Senhor X acreditar que não deveria esquecê-los. Que neles existia algo que valia a pena. 

Alguns poucos anos depois, o Senhor X, que já não era o jovem Senhor X, mas apenas o recentemente adulto Senhor X, andava pelas ruas do centro da cidade a caminho da faculdade quando percebeu que em frente ao ponto de ônibus no qual parava todos os dias, havia uma casa lotérica. Lotérica Mariposa, mais precisamente. Por algum motivo, o Senhor X jamais havia reparado naquela pequena loja. Não que ela chamasse qualquer atenção particular. Era pequena, nem feia, nem bonita, com um pórtico diminuto no qual nem ele, com meros 1,58m, era capaz de passar confortavelmente. O mais esquisto para o Senhor X, todavia, não eram as dimensões da loja, seu nome pouco usual, ou fato de nunca ter reparado nela. O aspecto que fez até os cabelos atrás das suas orelhas se levatarem era a existência de uma Lotérica, no centro de uma movimentada cidade, não ter uma fila na porta durante o horário do almoço. O Senhor X parou em frente a fachada da Lotérica Mariposa por alguns instantes, checou o relógio para calcular quanto tempo tinha sobrando, deu de ombros e entrou. 

Por dentro, assim como por fora, o recinto era absurdamente comum, apesar de excessivamente pequeno. Era tão rotineiro que não fazia sentido a completa ausência de fregueses no local. O Senhor X deu os dois passos que cabiam no espaço da Loja e, em um movimento quase automático, pegou uma cartela de jogo da Mega-Sena. Com a caneta presa no balcão, riscou, sem pensar muito, três jogos de seis números. O primeiro deles, logo percebeu, eram os mesmos que atravessavam a sua cabeça religiosamente. Aqueles do poema-obituário de sua mãe. A qualquer outra pessoa, tal situação teria despertado algum calafrio, no mínimo um certo estranhamento. O lugar era esquisito e os números estavam envolvidos em morte e tinta de impressão. Mas o Senhor X sorriu, contente com a sua própria peculiaridade, que certamente seria indício de genialidade. Satisfeito, pagou seu jogo, trocou uma ou duas cordialidades com a caixa e voltou ao seu dia medíocre. 

O Senhor X queria ter podido se surpreender com os resultados da sua aposta, queria mas não podia. Pois, tanto as Lotéricas Mariposa, quanto a automaticidade de seu primeiro jogo, fizeram com que durante todo o fatídico dia e ao longo os seguintes, uma certeza profunda e concreta da vitória brotassem do seu fígado e se espalhasse por todos os órgãos. O prêmio recebido em dinheiro não era o máximo, não acertara os seis números, mas também não era ruim. 

Durante algum tempo, o Senhor X se acalentou com a sensação de que algo lhe fora dado pela sua obsessão filial. Mas, apesar desse senso de satisfação, parte

daquela sensação vitoriosa se transformara em um incômodo crescente, que se expandia todos os dias, e chegava ao ápice quando o recém adulto Senhor X parava no ponto de ônibus e encarava a pequena e esquisita Lotérica Mariposa. 

Quando conversou sobre o senso de incompletude com o namorado, que logo deixaria de ser namorado, não por escolha do Senhor X, ele lhe disse que não devia pensar demais na Lotérica e no obituário. Disse também que o incômodo do seu querido Senhor X nada tinha a ver com a sorte de seus pequenos números, que ficasse satisfeito com essa parte da vida. O desconforto vinha de uma melancolia, a melancolia do trabalho e o trabalho entristecia porque era medíocre. Naquela noite, deitado na cama, o Senhor X pensou nas palavras do namorado, que logo deixaria de ser namorado, e chegou a conclusão que concordava com quase tudo. Realmente, seu trabalho era medíocre. Mas, sempre soubera disso. Aliás, o escolhera precisamente por essa razão. Estabilidade, bom salário, pouco esforço e tempo. Tempo em demasia para escrever. Não que as palavras algum dia tenham efetivamente vindo, mas era bom estar preparado. 

O Senhor X tinha certeza de todas essas coisas, e justamente por isso, apesar de toda melancolia rotineira, sabia que estava mesmo incomodado era com os resultados da Mega-Sena. Sem conseguir dormir, resolveu consultar a seção de obituários do jornal pela primeira vez em alguns anos. Era incrível a quantidade de mortes comuns que povoavam aquela pequena página da internet. Considerando o número de habitantes da cidade, o Senhor X esperava que algo de interessante ocorresse, pelo menos no fim da vida. Só que nem todos podiam se transformar em geléia de corpo e cerveja grudados no chão de um bairro em noites quentes. Apesar disso, volta e meia apareciam alguns acidentes curiosos, líricos até. Eletrocutada pela torradeira, afogado pelos livros da estante, hemorragia provocada por cartas de tarô. Sempre que eventos literários apareciam, por força do hábito, o Senhor X contava o número de linhas e o de algarismos impressos. Eram ainda mais raros os que seguiam o padrão da Senhora Sua Mãe, seis números e seis linhas. Esses eram os preferidos do Senhor X, mortes estranhas e harmonia numérica. Ele os releu, memorizou, repetiu e, eventualmente, passou a colecionar. 

Da coleção ao jogo era apenas um passo, e foi assim que o Senhor X gradativamente abandonou sua profissão para se tornar um apostador profissional. Passava os finais de semana caçando perfis líricos nas seções de obituários de jornal, selecionava os dois preferidos, repetia os números algumas vezes, para confirmar a sua sorte, e na segunda-feira seguinte direcionava-se à Lotérica Mariposa e montava seu jogo. Além dos dois conjuntos novos, sempre repetia a sua sequência favorita, que aprendera no poema-mortuário da mãe. Embora nunca tenha acertado todos os seis dígitos, sempre ganhava alguma coisa. Coisa mais que suficiente para uma vida confortável e despreocupada.

Apesar do passar dos anos, o incômodo no Senhor X persistia, quase como uma força estranha que morava dentro do seu corpo. O mal-estar variava segundo o momento do dia e semana, mas definitivamente era pior quando ia fazer sua aposta Segunda-Feira de manhã. Verdade seja dita, com o tempo se acostumou com a dor no fígado, como alguém se habitua com uma infestação de formigas em casa, e por mais incômodo que pudesse ser, já se tornara habitual ignorar ou massacrar alguns insetos vez ou outra. Talvez, tenha sido essa sensação de familiaridade com o incômodo que tenha tornado toda a situação tão perigosa. 

O Senhor X já tinha se tornado o homem adulto, às vésperas da crise de meia-idade, quando finalmente ganhou um prêmio inteiro da Mega-Sena. Quando a notícia chegou, foi de todo surpreendente. Havia algo de confortável em ganhar , mas sempre saber exatamente quando e como. O mais chocante de tudo talvez tenha sido o número vitorioso. Desde a juventude, o projeto de gênio que era o Senhor X, insistira em apostar na morte da sua mãe como um hábito. Já ganhara um prêmio com aqueles pequenos números, e da mesma forma que confiava no seu sucesso, tinha certeza de que aquele conjunto de seis algarismos nunca mais lhe daria nada. Além, é claro, do ensinamento fantasmagórico, dado pela Senhora Sua Mãe, sobre como usar poemas para vencer jogos e viver confortavelmente. Afinal, o que mais uma mãe poderia desejar a um filho? Mas os dígitos que viu impressos indicando o premiado eram precisamente as seis estrelas de sua obsessão. 

O enorme valor em dinheiro da Mega-Sena não foi suficiente para acalmar as dores do seu incômodo naquela tarde. O Senhor X passou o dia, imensamente quente e massante, se remexendo de um lado pro outro, nada fazia sentido. Sabia que não podia, nem deveria ter ganhado daquela forma. Pensou em ligar para os responsáveis pela premiação e perguntar se tinha certeza de que a folha tinha sido impressa corretamente. No seu âmago ele sabia que não. Quando a noite chegou, a dor no fígado era tão insuportável e a confusão mental tão intensa que o Senhor X saiu rua a fora, procurando cervejas frescas. Durante todo o trajeto permaneceu inquieto, os ouvidos atentos, os pés bem ancorados na calçada estreita, a mão agarrada na lanterna. Algo lhe dizia que ia morrer. Algo não. A dor do fígado. A dor do fígado, o incômodo tão antigo quanto as vitórias na Mega-Sena, avisava que iria morrer, como vingança, nas mãos de sua mãe. O Senhor X não sabia exatamente o percurso que o levara a concluir que ia morrer, que essa morte era vingativa, e que a vingança era materna. Racionalmente, até ele sabia que nada daquilo fazia sentido algum. Mas, nem chegar em casa vivo, nem beber as cervejas quentes no ar condicionado, nem ter recebido um prêmio milionário, nada disso acalentava de qualquer maneira a impressão da morte ou a dor de fígado. 

***

Comunicamos com pesar o falecimento de Senhor X, conhecido pela sua genialidade com pequenos números e pelo fracasso na carreira literária, aos XX anos. A morte foi o levantar de asas de uma mariposa alojada em seu fígado. Aos que desejam prestar condolências, deverão se dirigir diretamente ao enterro, já que as condições do corpo impedem um velório adequado. O sepultamento será no dia xx/xx/xx, às XX: XX horas, no local.
02 de abril de 2020

Alegria 


Alegria: "O homem dos pequenos números" é conto meio bobo meio sério. Em alguma medida fala sobre os meus próprios medos e sobre a minha visão do conceito de artista. Mas, da mesma forma, é sobre tudo que não sou e não sei. Não sei, talvez seja que nem piada, depois de explicar fica chato.

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