O Orfanato - Rafael Vasconcellos


 (Arte: Álan Batista) 

Assisti esses dias um filme que até então tinha passado completamente por fora do meu radar: O Orfanato, produzido por Guillermo del Toro. O filme espanhol de 2007, sem dúvida encaixado no gênero de terror, ousa mais do que se acomoda.


Acontece que, em geral, filmes de terror tendem a se prender no cômodo, ou seja, em clichês narrativos e estruturais (vide o famoso “sustinho” após um momento de breve silêncio) - e esse filme usa disso para inverter de forma brilhante a nossa perspectiva sobre o que está sendo contado.


É o tipo de filme que é difícil de vender aos amigos: “Cara, você TEM DE ver esse filme!”, “Por quê?”, “Não posso falar!” – quem nunca passou por esse diálogo?


Fato é: filmes de terror que usam do fato do gênero normalmente se levar mais a sério do que realmente é para mudar nossa perspectiva sobre uma história ou um assunto são, sem dúvida, os melhores (como no caso dos já clássicos “Corra!” e “Parasita”).


Longe de ser uma resenha ou crítica aprofundada, fica aqui a dica de um filme que faz uma das inversões de gênero cinematográfico mais interessantes que vi nos últimos tempos.





07 de julho de 2021

Rafael Vasconcellos 

Rafael é carioca, clínico em eterna formação, ex-tenor no “SVAC” e mestrando em psicologia pela UFRJ. Filósofo de botequim e sofredor pelo Botafogo, escreve como hobby para ajudar a respirar. Acredita que na escrita de ficção como uma arma poderosíssima de comunicação que deveria ter mais espaço nos ambientes acadêmicos.


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