A revolução esquizoanalítica que anuncia Rolnik é a gestão coletiva e
criativa do mal-estar para permitir a germinação de outros mundos
(PRECIADO, 2018, p.17).
Gerir o mal-estar não é café-pequeno não, é difícil não ceder à angústia. Temos a
sensação de que experienciamos o mal-estar quando buscamos nos munir de
conceitos-ferramentas do campo da Esquizoanálise para perceber e intervir na realidade, na
nossa realidade, Brasil, Rio de Janeiro, em 2022. A partir de uma disciplina eletiva da
graduação em psicologia na UFRJ adentramos em alguns mal-estares constantes em nossa
formação, sobretudo no que tange a relacionar as teorias com nosso cotidiano.
E o que fazer, então, com o que nos afeta nesse percurso? O desafio que nos traz até
aqui é essa escrita a muitas mãos, somos diversos e o que apreendemos nesta disciplina nos
corta de diferentes formas, mas há linhas em comum e com elas começamos o registro de um
processo em curso que gostaríamos de partilhar um pouco com vocês.
Uma das questões que nos inquieta é como poderíamos pensar os microfascismos, a
política brasileira e os imbricamentos entre colonialismos e afetos fascistas? A ideia de
microfascismos surge a partir da realidade europeia, em relação ao nazismo e a segunda
guerra. O quanto isso pode ser transferido para o Brasil, especialmente considerando a
influência do colonialismo aqui?
Não transferido como forma de analisar as produções de subjetividades aqui, mas
transpor, diretamente, sem que sejam considerados outros aspectos definidores da experiência
brasileira, como o colonialismo e sua bio e necropolítica. Bio, no sentido de gerir corpos e
vidas, impondo um regime e modo de existência, e necro por produzir seres matáveis, cujos
corpos são geridos não para produção de modos de vida, mas por um sistema de produção
ativa de morte, inclusive de morte em vida. Será que o que chamamos de microfascismos no
Brasil não é muito mais parte do projeto colonial? Talvez não seja possível separá-los. Brasil
é máquina de moer corpos que são máquinas de desejo mas que tem seu desejo aniquilado e –
que desejo é esse que se pode matar e, uma vez morto, o que resta? – se tudo é desejo o que
sobra nos escombros do desejo aniquilado e da singularidade destruída?
Fascismo e colonialismo se articulam e convergem, mas não têm as mesmas bases (ou
tem?, talvez não). Afinal, se considerarmos, com base na história tradicional que nos é
ensinada na escola, a suposta "origem" do fascismo como alemão e italiano, este possui um
enorme enfoque na questão racial, com fundamentação nas teorias raciais construídas a partir
da colonização. Mas se ao tomarmos microfascismos, como avalia Foucault (1977), esse
conceito se expande. O microfascismo, como algo que permeia as mais diversas relações, não
apenas presente em um governo autorizado, mas como uma forma de produção do desejo,
abocanha tudo que pode, com sua fome de gente feita para brilhar.
Por isso, afirmamos que o desejo microfascista brasileiro está intrinsecamente ligado
à colonialidade, agenciando dominação e morte, em uma tentativa de aniquilação completa de
subjetividades e formas de vida que não cabem no modelo colonial. Nisso entram
religiosidades e espiritualidades não-cristãs, modos de organização familiar que rompem com
a normatividade heterocêntrica e monogâmica, sistemas de gênero que rompem com o
binarismo colonial e com a diferença sexual enquanto subjetivação de corpos e desejos,
organização econômica e sistemas de organização social não capitalísticos - com relação de
paridade com a natureza, com o ser humano entendendo-se como integrante dela e não seu
senhor, como sendo a natureza ele mesmo e não ela sendo mero objeto passível de
intervenção e modificação pelo trabalho.
Tanta coisa que ecoa, transborda, nos coloca para vibrar em um plano comum, como
foi debatido por algumas pessoas em aula. Nosso professor, então, nos passou como leitura
para a semana seguinte partes do livro com que iniciamos nossa conversa, “Esferas da
insurreição: notas para uma vida não cafetinada” (2018) da Suely Rolnik, em que ela nos
aponta a construção da subjetividade aqui, cafetinada pelo colonialismo. Mergulhamos -
quase nos afogamos - em mal-estar.
A psicologia, afirma Rolnik, pertence ao dispositivo colonial-capitalístico: nasceu
historicamente como uma narrativa e uma técnica que legitimava e naturalizava os
modos dominantes de subjetivação. A psicologia do eu é nada mais e nada menos
que a ciência do insconsciente colonial-capitalístico, e suas práticas, aparentemente
terapêuticas, não são senão sofisticados dispositivos micropolíticos reativos.
(PRECIADO, 2018, p.15-16).
Engasgados, questionamos, criticamos, mas seguimos engasgando ao lembrarmos que
quando pensamos em colonialismo também devemos pensar na psicologia enquanto
ferramenta que pode ser mortificante. O que fazemos com isso? Em muitos momentos da
disciplina isso ecoou, mas tá bem, o que eu faço a partir desses entendimentos? Revolução
ainda é possível?
A revolução não se reduz a uma apropriação dos meios de produção, mas inclui e
baseia-se em uma reapropriação dos meios de reprodução - reapropriação, portanto,
do saber-do-corpo, da sexualidade, dos afetos, da linguagem, da imaginação e do
desejo. A autêntica fábrica é o inconsciente e, portanto, a batalha mais intensa e
crucial é micropolítica. (PRECIADO, 2018, p.15).
Assim que li, esse trecho me fez lembrar da fala do rapper Mano Brown no comício
do Partido dos Trabalhadores (PT) um dia antes do segundo turno da eleição de 2018, aos pés
dos arcos da Lapa. Essa fala me marcou porque quando a ouvi ali, naquele momento, já
tomada pela óbvia derrota do dia seguinte, admirei muito sua coragem e sinceridade. Apesar
de não ser uma fala confortante, pareceu ser a única realista e honesta daquela noite. Eu vinha
de um dia na Central, em que nós, alunos do centro acadêmico, e alguns professores do IP
penduramos uma faixa, em que se lia: “somos psicólogos e queremos falar sobre política”,
em uma tentativa desesperada de virar votos.
Agora isso parece muito engraçado, usar desse título, mas diz talvez de uma
preocupação nossa por uma psicologia política. Enfim, passamos o dia ouvindo as pessoas
explicando por que votariam no Bolsonaro, a maioria das falas incluindo uma crítica ao PT.
Em um dia como esse e depois de meses de disputa, ressoou muito em mim a fala do Brown.
Procurei no youtube um vídeo do momento para relembrar.
Não consigo acreditar que essas pessoas que estão do lado de lá são monstros, elas
não são tão más assim. (...) A comunicação é a alma, se não tá conseguindo falar a
língua do povo, vai perder mesmo! (...) Falar pra plateia do PT é fácil, mas tem uma
multidão lá fora (...) O que mata a gente é a cegueira e o fanatismo. Deixou de
entender o povão, já era. (...) O partido do povo tem que entender o que o povo quer.
Se não sabe, volta pra base e vai procurar saber. (SPRESSOSP, 2018).
Pensando agora nos termos utilizados pela esquizoanálise e por Rolnik, entendo que
ele estava falando da derrota do PT e da esquerda brasileira nessa batalha micropolítica. Os
afetos, a imaginação, o desejo do povo brasileiro, da “base”, não estavam mais com a gente.
Estavam com o conservadorismo, com a vontade por violência, por repressão dos devires
sexuais, de gênero e de outras minorias. Esse entendimento já me fez pensar em muita coisa
ao longo desse tempo de governo conservador. Foram tantos fatores e condicionantes
históricos e subjetivos envolvidos nessa eleição que fica difícil decifrar como isso aconteceu.
Apesar de aparentarmos termos evoluído tanto no sentido das lutas minoritárias, das
pautas raciais, de sexualidade, decolonialidade e tantas outras, ainda assim chegamos a esse
governo e a outras formas diárias de microfascismos. Será que não mudamos de fato? Será
que o discurso ficou elitizado, julgador, descolado da realidade? Será que só encaixotamos e
capturamos essas pautas para serem reproduzidas homogeneamente?
Preciado ao introduzir o livro aponta como Suely adverte que todo processo de
transformação política que não contemple a descolonização do inconsciente está condenado à
repetição das formas de opressão. Talvez a transformação política do início dos anos 2000 e
esses anos de governo do PT sejam um exemplo dessa fala. Mas como é possível essa
descolonização? Como acessar esse inconsciente que nos parece tão longínquo? Fico com
esse questionamento que ainda não sei responder.
Em algum momento do texto Suely sinaliza sobre “uma subjetividade que, dissociada
de sua condição de vivente, não tem como encontrar palavras para o que lhe acontece. Em
seu lugar, ela consome palavras alheias” (2018). E como podemos retomar nossa condição de
vivente para falar aquilo que parece indizível? Escolhemos palavrificar, nos colocar em
movimento, pensar, como um ato de criação.
Nos lançamos ao desafio de uma escrita que é múltipla em si, somos muitos, somos
quatro e muitas outras que estão aqui, segurando nossas mãos enquanto palavrificamos
experiências de todo um semestre buscando não cair em um enrijecimento capitalístico, mas
cuidando também para não ceder ao perigo da clareza, afinal por aqui é tudo processo.
Optamos, assim, por caminhar juntos, nesse experimento de autoria coletiva, buscando traçar
caminhos que desviem de uma micropolítica reativa e que produzam uma continuidade
criativa. Caminhos que partam de outros que habitam em nós, de outras vibrações, epistemes,
artes e cantos.
Então, quem escreve o texto? Quem canta o ponto? “Não chegar ao ponto em que não
se diz mais eu, mas ao ponto em que já não tem qualquer importância dizer ou não dizer eu.
Não somos mais os mesmos. Cada um reconhecerá os seus. Fomos ajudados, aspirados,
multiplicados” (DELEUZE; GUATTARI, 2011, p. 17). Eu, Exu também escrevo, escrevo
amanhã as linhas de ontem para lermos hoje.
Desejo. Do sujeito? Não. No sujeito. Gênese intrapsíquica? Que nada, o desejo
é produzido no e pelo campo social. Sabe a gravidade? É uma força que nos atravessa e nos
conecta com tudo nesse mundão. O desejo é mais uma dessas forças invisíveis dos campos
que compõem nossas vidas.
Ele vai atrás daquilo que não tem, né? Que baboseira, força motriz movida pela falta?
Cadê, então, o faminto sempre roubando? Se assim fosse, o desejo acabaria quando
encontrasse determinado objeto, mas ele não cessa, não cansa de deslizar. Então, diferente da
necessidade, o desejo existe independentemente do objeto ao qual ele se destina.
Pois é, larga mão dessa falta, prestenção que tudo é produção! Qualquer definição,
representação que eu tente te dar sobre desejo vai acabar com ele. Triste ver que tu tá aí
tentando reduzir o desejo a um código, falando de papai-mamãe e bebê com cara de joelho ou
quaisquer outras combinações limitadas, enquanto o Capital, infelizmente, sacou qual era a
do desejo e tá embarcando nele pra se dar bem: usando o dinheiro para combinar qualquer
coisa com qualquer outra, explodindo com a análise combinatória.
Tu virou máquina para falar de produção?
Tudo é produção! Tipo, receber um estímulo, uma energia para poder transformar
alguma coisa em outra.
Há tão somente máquinas em toda parte, e sem qualquer metáfora: máquinas de
máquinas, com seus acoplamentos, suas conexões. Uma máquina-órgão é conectada
a uma máquina-fonte: esta emite um fluxo que a outra corta. O seio é uma máquina
que produz leite, e a boca, uma máquina acoplada a ela. A boca do anoréxico hesita
entre uma máquina de comer, uma máquina anal, uma máquina de falar, uma
máquina de respirar (crise de asma). É assim que todos somos “bricoleurs”; cada
um com as suas pequenas máquinas. Uma máquina-órgão para uma
máquina-energia, sempre fluxos e cortes (DELEUZE; GUATTARI, 2011, p. 11).
Máquinas para tudo quanto é lado. O desejo é a eletricidade que anima e é produzida
por essas máquinas que tão sempre se acoplando e desacoplando umas nas outras.
Eletricidade que nos atravessa e nos conecta tanto com aquilo que buscamos mais ou menos
conscientes, quanto com o que nem sabemos que nos sonda… aquele desejo de violência, de
matar, de destruir…
Mas então, o desejo é bonzinho ou malfeitor?
Pera lá, o desejo só quer desejar. Só quer fluir, e ele pode circular entre os pólos
esquizo-revolucionário e o paranóico fascista.
Laroyê, Exu! Achegue-se, tava justamente falando que o desejo se apossa da gente
tanto pra criação quanto pra destruição, mas parece que ficaram aperriados… o senhor nos
concederia a honraria de nos brindar com suas palavras?
Quem diabos é Exu? O que é Exu? Diabo? Ixi, mas aí derramou o judaico-cristianismo num azeite que não tinha nada de Belzebu.
“Eu sou orixá exu, sou um poder primordial, ancestral e divino. Sou anterior a tudo e a todos (...) sou anterior à Luz e às Trevas (...) antes de existir a razão humana, eu já existia, portanto, nunca serei racionalizado e compreendido” (CUMINO, 2019, p. 88).
Num tendeu? Assim tá melhor! Ó, de acordo com um poema da criação iorubano, foi me colocado o desafio para que escolhesse uma de duas cabaças para levar ao mercado. Enquanto uma continha o bem, o remédio, o corpo, o visível e a palavra; a outra tinha o mal, o veneno, o espírito, o que não se vê e o que nunca será dito.
Já ouvi esse itan…
Exu pediu uma terceira cabaça. Abriu as três e misturou o pó das duas primeiras na terceira. Balançou bem. Desde este dia, remédio pode ser veneno e veneno pode curar, o bem pode ser o mal, a alma pode ser o corpo, o visível pode ser o invisível e o que não se vê pode ser presença. O dito pode não dizer e o silêncio pode fazer discursos vigorosos. A terceira cabaça é a do inesperado: nela mora a cultura. (SIMAS, 2020, p. 106).
Já diziam as benzedeiras: a diferença entre remédio e veneno está na dosagem.
Tende-se?
“Exu é uma divindade, uma manifestação divina. Moral é um conceito
exclusivamente humano. Muda com o tempo, o espaço (lugar) e a cultura. A divindade está
acima deste conceito” (CUMINO, 2018).
“No que tange ao orixá, há algo que a dominação não contava, mas entendeu, que é a
incapacidade de fixá-lo e aprisioná-lo, assim como a sua capacidade de se reconstruir de
qualquer caco (Yangí)” (RUFINO, 2021, p. 43).
Linha de fuga? Anterior à criação e estabilização das formas… certamente anterior e alimento das linhas flexíveis e duras… mas não sei…
Ah, deixa disso cara pálida, para de brincar com palavrões e vá (se) servir um marafo e gargalhar. Gargalhar daqueles que constantemente ao pintar Exu de Diabo denunciam seu medo pelo princípio operador capaz de fomentar novas subjetivações.
Tava falando de desejo, agora de linha de fuga…se confundiu? Ainda bem. O desejo é agenciado por várias linhas. Todas amorais. Tessitura dinâmica que convoca sua ética a todo instante. Se “o desejo é aquilo que o agenciamento determina que ele seja” (DELEUZE, 1998, p. 108), se “os poderes que esmagam o desejo, ou que o sujeitam, já fazem parte dos próprios agenciamentos de desejo” e se “basta que o desejo siga aquela linha, para ser levado, como um barco, por aquele vento” (DELEUZE, 1998, p. 108), então tudo vale?
Ultrapassar a moral não é cair no relativismo do buraco negro. O que repito é que é preciso abandonar a ideia do sujeito como uma essência que se relaciona com o campo que o excede: o que existe são agenciamentos, os mais variados que produzem modos de sentir, pensar, agir, etc.
Tudo que existe, existe agenciado, colocado em relação. E toda relação é, ao mesmo tempo, agenciamento maquínico de corpos (como eu, tu, essa cachaça e a noite abafada e por aí vai) e agenciamento coletivo de enunciação, comunicando o que se passa no primeiro. Relação que ora tende para desterritorialização, isto é, desorganização dos códigos que orientam a realidade, ora para reterritorialização, organização de novas coordenadas reconhecíveis.
Nos agenciamentos ou nos deixamos apropriar completamente ou nos apropriamos das coisas pelo processo de singularização. Afirmar o desejo como produzido no campo social não é a mesma coisa que defender “somos entulhos daquilo que não conseguimos combater”, mas que tencionamos cuidando dessa dimensão da vida que quer se auto afirmar e criar para que ela possa ganhar terreno e não se autodestruir.
Como, então, produzir modos de acompanhar e alimentar agenciamentos que sejam capazes de fazer o desejo circular mais no esquizo-revolucionário? Como alimentar a micropolítica ativa e a bússola ética em detrimento da reativa e da bússola moral? Talvez itans, rituais, a ancestralidade nos inspire a embarcar com Oyá nos ventos que tiram tudo do eixo sem sucumbir a destruição absoluta, mas rumando para criação. Seja como for, é preciso lembrar que as linhas não pré-existem:
(...) elas se traçam, se compõe, imanentes umas às outras, emaranhadas umas nas outras, ao mesmo tempo que o agenciamento de desejo se faz, com duas máquinas emaranhadas e seus planos entrecortados. Não se sabe de antemão o que vai funcionar como linha de declive, nem a forma do que virá barra-la (DELEUZE, 1998, p.108).
CONSIDERAÇÕES FINAIS (?)
Processo tem final? Não sabemos, mas certamente estas considerações não marcam final algum, concluem apenas essa escrita. Aqui, nos aventuramos a uma escrita rizomática, aventura desafiante, dispendiosa, mas ao mesmo tempo: valeria uma escrita que não seja honesta com a vida?
Essa brincadeira séria de uma experimentação polifônica, de uma estética que não influencia no conteúdo, mas que é conteúdo - assim como conteúdo é estética -, foi sentida como “gestão criativa e coletiva do mal-estar” (SUELLY, 2018). Claro, é preciso de muitas lambidas das ondas e muitos ventos tropicais para reconfigurar os desenhos nas areais por essas bandas… foram encontros-escritas que não se acabam, mas possibilitam e instauram novos processos.
Hoje já vemos os conceitos andando pelas ruas, essas palavras-conceitos que eram tão difíceis de compreender, indecifráveis, muitas vezes, agora nos acompanham como uma possibilidade de percepção-intervenção do que vivemos.
A maioria de nós já vinha buscando ler algo sobre esquizo, mas muitos haviam ainda se deparado com como sua linguagem parecia um outro idioma o qual, em algumas didáticas mais tradicionais, parece perder o caráter de um convite. Ou mesmo quando houve convite, era como se gritassem do outro lado do muro sem efetivamente nos darem a mão: “venham, aqui entendemos, venham ver que lindo” e apenas sua voz ecoava. Desta vez, despidos da relutância em errar, as leituras ganharam mais densidade e oferecem outras apreensões do real.
Engolimos, regurgitamos e cuspimos. Brincamos, criamos e aqui deixamos um pouquinho do que ressoou. Agradecemos pela oportunidade de partilhar um pouco de nossas cartografias. Até a próxima! Que a gente ainda possa se encontrar nas brechas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUMINO, Alexandre. Exu não é diabo. São Paulo: Editora Madras, p. 88-101, 2019. CUMINO, Alexandre. Exu visto de outra forma. JORNAL DO COMMERCIO, 2018. Disponível em: https://jc.ne10.uol.com.br/canal/cultura/literatura/noticia/2018/10/01/exu-visto-de-outra-form a-356793.php. Acesso em: 10 de fevereiro de 2022.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Introdução: Rizoma. In: Mil Platôs: capitalismo e
esquizofrenia 2, vol. 1. São Paulo: Editora 34, 2011.
FOUCAULT, M. Introdução à uma vida não fascista. Prefácio. In: DELEUZE, G; FÉLIX, G.
O Anti-Édipo. São Paulo: Editora 34, 1977.
GUATTARI, F; ROLNIK, S. Subjetividade e História. In:_____. Micropolítica:
Cartografias do Desejo. Petrópolis: Vozes, 1996.
PRECIADO, Paul. La izquierda bajo la piel: um prólogo para Suely Rolnik. In: Esferas da
Insurreição: notas para uma vida não cafetinada. N-1 edições, 2018.
ROLNIK, Suely. Esferas da Insurreição: notas para uma vida não cafetinada. N-1
edições, 2018.
RUFINO, Luiz. Vence-Demanda: educação e descolonização. Rio de Janeiro: Mórula ed.,
2021.
SIMAS, Luiz Antonio. O corpo encantado das ruas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
p. 106, 2020. Mórula, p. 38-48, 2021.
SPRESSOSP. Mano Brown faz discurso histórico pra mudar não só a eleição, mas o PT.
2018. (5m27s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kt8LEqgMci4&t=8s.
Acesso em: 20 de fevereiro de 2022.
produção e composição do texto: João Víctor Moreira Gonçalves / Victória Benfica Marra Pasqual / Iohana Sanches / Sofia Penido Duchateau
produção da imagem: Flora Dias / "lua nova 12 abr 2021" / aquarela
produção da imagem: Flora Dias / "lua nova 12 abr 2021" / aquarela
organização: Revista Fragmentos
Rio de Janeiro, maio de 2022
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